A
terapia através da música denomina-se de musicoterapia, é considerada uma
terapia não verbal que proporciona através dos sons, movimentos e manuseamento
de instrumentos musicais, a interação social, o aumento da autoestima e serve
de método terapêutico no tratamento de algumas doenças (Padilha apud Oliveira et al, 2012). A musicoterapia tem uma função compensatória no
processo de recuperação de pessoas com distúrbios da fala e visão, deficiências
físicas, doenças mentais, lesões cerebrais, entre outras (Nascimento apud Matos, 2012). Na população idosa,
também revela-se como uma boa estratégia para aumentar ou manter o nível
físico, mental, social e emocional, promovendo a qualidade de vida (Leite,
2013).
Em
particular, na pessoa com doença de Alzheimer a musicoterapia melhora a perda
de memória e retarda o aparecimento de possíveis complicações (Matos, 2012). As
capacidades musicais são, muitas vezes, preservadas nas pessoas com esta doença,
mesmo quando o deterioramento da memória e linguagem são acentuados (Hernandéz,
Marcos e Corral, 2012). De acordo com Oliver Sacks apud Leite, 2013, as pessoas com doença de Alzheimer e outras
demências podem responder à música quando mais nada é capaz de alcançá-las.
Embora a doença de Alzheimer destrua totalmente a capacidade de se lembrarem dos
membros da família ou até mesmo de eventos da própria vida, a memória musical,
de alguma forma, sobrevive à devastação da doença e mesmo em pessoas em fase
mais avançada, a música pode despertar memórias pessoais e associações perdidas
(Idem).
Este
método terapêutico inovador é muito interessante, pois atividades como ouvir
música, cantar e até dançar (quando possível), estimulam a atenção, concentração,
linguagem, mobilidade e emoções (Hernandéz, Maros e Corral, 2012). A pessoa com
doença de Alzheimer pode reagir positivamente a uma música que tenha marcado
algum momento da sua vida, relembrando assim, memórias significativas,
experiências e sentimentos que até então pareciam já não fazerem parte da sua
memória (Idem). A música pode ainda,
ajudar no alívio da solidão tornando-se um ótimo recurso quando estas pessoas
estão privadas da presença permanente dos que mais gostam (Idem). Além disso, desencadeia melhorias no humor, comportamento e
até na função cognitiva, que podem persistir por horas ou até mesmo dias (Oliver
Sacks apud Leite, 2013).
É importante salientar que, a musicoterapia faz parte do tratamento que não cura definitivamente, mas proporciona uma esperança de melhor qualidade de vida, não só aos doentes, mas também aos familiares e amigos que convivem de perto com a doença de Alzheimer (Matos, 2013).
É com muito agrado que a Delegação da Madeira da Associação Alzheimer Portugal, informa aos seus utentes e cuidadores que retomou, nesta segunda-feira, as sessões de musicoterapia com o Professor José Camacho.
Enfermeira Mariana Abreu - Delegação da Madeira da Associação Alzheimer Portugal
Bibliografia:
HERNANDÉZ,
MARCOS e CORRAL – SEMPA – Sistema de
Evaluación Musicoterapéutica para Personas con Alzheimer y otras Demencias. Série
de Documentos Técnicos, Nº 21021. 2012.
LEITE,
Ana – Reabilitação cognitiva.org – A música e a demência: benefícios e relatos
de sucesso! 2013. [Em linha]. [Consult. 29 de Agosto de 2013]. Disponível em:
WWW:/
MATOS,
Délia – Clínica de Musicoterapia – A música
pode trazer mais benefícios à sua vida do que você imagina. 2012. [Em
linha]. [Consult. 29 de Agosto de 2013]. Disponível em: WWW:
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