terça-feira, 3 de setembro de 2013

Musicoterapia e os seus benefícios na Doença de Alzheimer


 
A terapia através da música denomina-se de musicoterapia, é considerada uma terapia não verbal que proporciona através dos sons, movimentos e manuseamento de instrumentos musicais, a interação social, o aumento da autoestima e serve de método terapêutico no tratamento de algumas doenças (Padilha apud Oliveira et al, 2012). A musicoterapia tem uma função compensatória no processo de recuperação de pessoas com distúrbios da fala e visão, deficiências físicas, doenças mentais, lesões cerebrais, entre outras (Nascimento apud Matos, 2012). Na população idosa, também revela-se como uma boa estratégia para aumentar ou manter o nível físico, mental, social e emocional, promovendo a qualidade de vida (Leite, 2013).
 
Em particular, na pessoa com doença de Alzheimer a musicoterapia melhora a perda de memória e retarda o aparecimento de possíveis complicações (Matos, 2012). As capacidades musicais são, muitas vezes, preservadas nas pessoas com esta doença, mesmo quando o deterioramento da memória e linguagem são acentuados (Hernandéz, Marcos e Corral, 2012). De acordo com Oliver Sacks apud Leite, 2013, as pessoas com doença de Alzheimer e outras demências podem responder à música quando mais nada é capaz de alcançá-las. Embora a doença de Alzheimer destrua totalmente a capacidade de se lembrarem dos membros da família ou até mesmo de eventos da própria vida, a memória musical, de alguma forma, sobrevive à devastação da doença e mesmo em pessoas em fase mais avançada, a música pode despertar memórias pessoais e associações perdidas (Idem).
 
Este método terapêutico inovador é muito interessante, pois atividades como ouvir música, cantar e até dançar (quando possível), estimulam a atenção, concentração, linguagem, mobilidade e emoções (Hernandéz, Maros e Corral, 2012). A pessoa com doença de Alzheimer pode reagir positivamente a uma música que tenha marcado algum momento da sua vida, relembrando assim, memórias significativas, experiências e sentimentos que até então pareciam já não fazerem parte da sua memória (Idem). A música pode ainda, ajudar no alívio da solidão tornando-se um ótimo recurso quando estas pessoas estão privadas da presença permanente dos que mais gostam (Idem). Além disso, desencadeia melhorias no humor, comportamento e até na função cognitiva, que podem persistir por horas ou até mesmo dias (Oliver Sacks apud Leite, 2013).
 
É importante salientar que, a musicoterapia faz parte do tratamento que não cura definitivamente, mas proporciona uma esperança de melhor qualidade de vida, não só aos doentes, mas também aos familiares e amigos que convivem de perto com a doença de Alzheimer (Matos, 2013).

É com muito agrado que a Delegação da Madeira da Associação Alzheimer Portugal, informa aos seus utentes e cuidadores que retomou, nesta segunda-feira, as sessões de musicoterapia com o Professor José Camacho.
 


 

Enfermeira Mariana Abreu - Delegação da Madeira da Associação Alzheimer Portugal

Bibliografia:
HERNANDÉZ, MARCOS e CORRAL – SEMPA – Sistema de Evaluación Musicoterapéutica para Personas con Alzheimer y otras Demencias. Série de Documentos Técnicos, Nº 21021. 2012.
LEITE, Ana – Reabilitação cognitiva.org – A música e a demência: benefícios e relatos de sucesso! 2013. [Em linha]. [Consult. 29 de Agosto de 2013]. Disponível em: WWW:/
 
MATOS, Délia – Clínica de Musicoterapia – A música pode trazer mais benefícios à sua vida do que você imagina. 2012. [Em linha]. [Consult. 29 de Agosto de 2013]. Disponível em: WWW:
 
OLIVEIRA, Glauber [et. al] - A contribuição da Musicoterapia na Saúde do Idoso. Caderno UniFOA. Ed. Nº 20. Dezembro, 2012.
 
 

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