segunda-feira, 31 de maio de 2010

Chá verde retarda envelhecimento cerebral, conclui investigação da Universidade do Porto

O estudo, liderado por José Paulo Andrade, investigador do Centro de Morfologia Experimental da FMUP, teve como objectivo “perceber o efeito do consumo regular de chá verde nas alterações provocadas pelo envelhecimento no hipocampo, uma região do cérebro envolvida na formação da memória”, refere a faculdade, em comunicado divulgado hoje.

A equipa estudou ratos velhos com 19 meses de idade, que ingeriram chá verde diariamente desde os 12 meses, comparando-os depois com ratos da mesma idade que não consumiram chá verde e com ratos mais jovens, que funcionaram como grupos de controlo.

Os resultados do estudo demonstraram que os animais que consumiram chá verde foram menos expostos ao stress oxidativo, acumularam menor quantidade de lipofuscina nas células do sistema nervoso central e obtiveram melhores resultados nos testes de aprendizagem e memória espacial relativamente aos grupos de controlo, refere a FMUP.

“Os investigadores acreditam que os efeitos neuroprotectores do chá verde na formação do hipocampo se devem à elevada concentração de catequinas nesta bebida. As catequinas pertencem ao grupo dos polifenóis e, entre outras acções, exercem uma forte actividade antioxidante”, salienta a faculdade.

Os ratos estudados beberam, por dia, uma quantidade equivalente ao consumo de aproximadamente meio litro de chá verde no homem, pelo que os autores aconselham o “consumo regular desta bebida quando incluída numa dieta normal e equilibrada”.

Contactado pela agência Lusa, o coordenador do estudo reconheceu que “é sempre difícil extrapolar para o ser humano”, mas afirmou que “provavelmente há alguns efeitos benéficos no consumo de chá verde no ser humano”.

“É claro que tem de se ter uma dieta normal, equilibrada e saudável. Por exemplo, se se deitar muito açúcar, provavelmente o chá verde não vai ter efeitos, porque o açúcar vai ter efeitos pró-oxidantes, que vão anular os efeitos benéficos do chá verde”, realçou.

José Paulo Andrade referiu que este estudo constituiu a tese de doutoramento de Marco Assunção, defendida há dois meses e cujos resultados já foram publicados em “revistas de alto factor de impacto a nível internacional”.

Segundo o investigador, não estão previstos estudos semelhantes em humanos.

O estudo demonstrou que os animais que consumiram chá verde foram menos expostos ao stress oxidativo
O estudo demonstrou que os animais que consumiram chá verde foram 
menos expostos ao stress oxidativo (Ana Banha)
Fonte: Público

Sem comentários: