segunda-feira, 4 de julho de 2011

Cientistas criam método que retarda Alzheimer

Um novo avanço dos bioquímicos da University of California, em Los Angeles, nos EUA, aproximou cientistas de tratamentos que podem retardar o aparecimento da doença de Alzheimer e impedir a transmissão sexual do VIH, avança o portal ISaúde.
Os investigadores relataram ter projectado inibidores moleculares que atacam proteínas específicas associadas com Alzheimer e VIH para evitar que elas formassem as fibras amilóides – cadeias de proteínas alongadas interligadas que desempenham um papel fundamental em mais 20 doenças neurodegenerativas.
“Ao estudar as estruturas de duas proteínas-chave que formam amilóides, fomos capazes de identificar a pequena cadeia de aminoácidos responsável pela formação da fibra amilóide e projectar uma ‘capa’ molecular que se liga à terminação das fibras para inibir o crescimento”, disse o químico David Eisenberg.
As fibras são encontradas não apenas na doença de Alzheimer, mas em várias enfermidades, incluindo a doença de Lou Gehrig, Parkinson, diabetes tipo 2 e vários distúrbios relacionados à doença das vacas loucas, entre outros. Na doença de Alzheimer e outras condições neurodegenerativas, a proteína tau forma fibras amilóides dentro das células cerebrais, destruindo-as.
Hoje, há 5 milhões de doentes nos EUA que sofrem de Alzheimer, com 500 mil novos casos por ano. O custo dos cuidados de saúde só este ano foram estimados em 178 mil milhões de dólares, incluindo o valor do cuidado não remunerado para os doentes de Alzheimer fornecido pelos quase 10 milhões de familiares e amigos.
“Até o ano de 2050, prevê-se que haverá 19 milhões de pacientes com Alzheimer. O tratamento de tantos pacientes com esta doença debilitante pode ser uma fracção substancial do produto interno bruto dos EUA”, disse Eisenberg. Ele e a sua equipa descobriram que a proteína tau inteira foi responsável pela formação de fibras amilóides. Ao estudar a estrutura das fibras usando a microcristalografia, método desenvolvido para esta pesquisa, a equipe pôde usar as fibras como um modelo para projectar um inibidor que capaz de envolvê-las e interromper o crescimento.
A introdução do inibidor em uma solução de proteína tau impediu completamente a formação de fibras amilóides, validando a ideia de que projectar fármacos baseados nesta estrutura para doenças amilóides é uma opção plausível.
Apesar deste êxito, segundo Eisenberg ainda há um longo caminho antes que uma terapia seja desenvolvida para combater o aparecimento da doença de Alzheimer em pacientes humanos. O inibidor, uma cadeia de aminoácidos, é demasiado grande para penetrar profundamente no cérebro, onde as proteínas tau formam as fibras amilóides. “Esta pesquisa é um passo importante para identificar moléculas menores que possam ser utilizadas para desenvolver um terapêutico. Nosso objectivo é retardar o aparecimento da doença de Alzheimer”, diz Eisenberg.
Fonte: reabilitacaocognitiva.org

Sem comentários: