Os resultados de um novo estudo com ratos pode mudar completamente o conceito dos cientistas em relação à doença de Alzheimer. O trabalho indica que os depósitos da proteína beta- amiloide que formam as placas no cérebro associadas à doença têm origem no fígado, e não no próprio cérebro. As informações são do "Science Daily".
A descoberta, publicada nesta quinta-feira (3 de Março) no periódico Journal of Neuroscience Research, pode levar a uma abordagem relativamente simples para prevenir e tratar a doença de Alzheimer, doença que afeta 5,1 milhões de pessoas só nos EUA.
De acordo com estudos anteriores, há três genes conhecidos que apresentam relação com a doença; entre eles, os genes da presenilina 1 (PS1) e o da presenilina 2 (PS2).
De forma inesperada, a equipe do cientista Greg Sutcliffe, do Instituto de Pesquisa Scripps, nos EUA, encontrou uma expressão do PS2 no fígado, sugerindo que concentrações significativas de beta-amiloide podem ter origem nesse órgão, cair na corrente sanguínea e só depois entrar no cérebro.
Para testar a hipótese, os cientistas usaram ratos para reproduzir o ambiente de produção de beta-amiloide. As cobaias receberam injeções de imatinib (cujo nome comercial é Glivec), droga usada contra leucemia e tumores gastrointestinais. A substância reduz a produção da proteína em células do sangue, com a vantagem de não atingir o cérebro, por isso foi escolhida pelos cientistas.
O resultado foi que a droga reduziu drasticamente a quantidade de beta-amiloide não só no sangue, mas também no cérebro, onde o remédio não consegue penetrar. O que levou a equipa a concluir que uma parte considerável da proteína tem origem fora do cérebro. Assim, o imatinib poderia ser um candidato para prevenir e tratar a doença de Alzheimer.
Sutcliffe diz que espera encontrar um parceiro e investidores para levar a pesquisa adiante, com o desenvolvimento de testes clínicos que comprovem os resultados.
Fonte: http://noticias.uol.com.br
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